Concreto fotovoltaico já é realidade e conquista mercado de telhas
- Area Brasil
- 19 de abr. de 2021
- 2 min de leitura
No Brasil, o 1º modelo que capta a energia solar foi recentemente homologado pelo Inmetro e está em teste

Em pouco mais de 3 anos, desde que começaram as pesquisas com concreto fotovoltaico, a evolução do material é notável. Rapidamente, deixou o campo das pesquisas e dos laboratórios para ganhar o mercado, e encontrou um nicho próspero para avançar: o segmento de telhas. Já há vários países comercializando coberturas de concreto fotovoltaico, inclusive
o Brasil, que no final do ano passado teve o produto homologado pelo Inmetro(Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia).
Os fabricantes asseguram que, dependendo da quantidade das telhas utilizadas, a economia mensal gerada na conta de luz de uma residência pode variar de 50 reais a 390 reais. O retorno do investimento ocorre em um período de 3 anos a 5 anos. Dependendo das dimensões da residência, o número de telhas para a geração eficaz de energia vai de 100 a 600 unidades. Os demais elementos da cobertura não precisam necessariamente ter material fotovoltaico, ou seja, o restante do telhado pode ser completado com telhas comuns.
No Brasil, o primeiro modelo de telha que capta a energia solar está em teste e deve começar a ser comercializado ainda no 1º semestre de 2021. Fabricada pelo grupo Eternit, o produto recebe células fotovoltaicas importadas da China, e que são coladas ao concreto. Quatro residências, localizadas em Ourinhos-SP, Marília-SP, Cambé-PR e Petrópolis-RJ, estão testando a eficácia das telhas. Cada unidade produz 1,15 kWh/mês.
Com o uso de nanotecnologia, Suíça e México avançam na pesquisa do material
O mercado de telhas de concreto fotovoltaico busca competir com as telhas fotovoltaicas desenvolvidas pela TESLA, nos Estados Unidos, e que utilizam vidro temperado como matéria-prima. As telhas de vidro recebem filme fotovoltaico, como se fosse uma película de insulfilm aplic
ado sobre os vidros dos automóveis. Usando tecnologia semelhante, o Instituto Politécnico de Zurique (ETH Zurich) desenvolveu um tipo de membrana de concreto que reveste tanto lajes quanto fachadas de edifícios e casas, cumprindo 3 funções ao mesmo tempo: captação de energia solar, impermeabilização e isolamento térmico.
A invenção suíça utiliza propriedades já consagradas nas telhas de concreto, como as características termoacústicas. No Brasil, depois da revisão da parte 2 da ABNT NBR 13858 (Telhas de concreto – requisitos e métodos de ensaio), ocorrida em 2009, o produto passou a registrar uma expansão significativa no mercado. Para conquistar mais consumidores, as pesquisas que priorizam a evolução do produto não param. No México, está perto de ser testada a primeira telha de concreto fotovoltaico que dispensa películas. O produto usa nanotecnologia para captar a energia solar e armazená-la, o que estabelece uma nova fronteira na engenharia de materiais.
Entrevistado Departamento de materiais do Instituto Politécnico de Zurique (ETH Zurich), Instituto Politécnico Nacional do México (IPN) e Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia)
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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